sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Resenhas de filmes, de filmes baseados em livros e livros baseados em filmes

CAPTURING MARYAh! como é bom se deparar na TV com uma obra de arte inesperada! Ligar a TV e estar começando um grande filme!Assisti segurando a alma!
Maggie Smith não é só a bruxa mor de Harry Potter, é um genio em forma feminina. Ah!! essas mulheres inglesas! 

A mansão inglesa lá está, vazia. Quem toma conta é um rapaz indiano. Aquela senhora bate à porta e, sabe-se lá porquê, o rapaz que tinha ordens de não permitir ninguém entrar, permite. E ela entra e vê a casa. E revê seu passado naquela casa, um passado pós guerra que passa pelos Beatles até hoje. Ela, que tinha sido uma jornalista promissora, teve, naquela casa , o encontro com um homem, um encontro que modificou sua vida, a ponto de tornar-se alcoolatra e com empregos menores, apesar de razoáveis. Esse homem travou uma conversa com ela na adega, uma conversa onde revelou as maiores pervesidades humanas dando nome aos bois. E , ao contar tais maldades verdadeiras a ela, passou a ser dono dela. 
Ah! que filme! Sonia Santana, fique de olho se tiver algo da HBO, pois vai se encantar! Como é bom saber que o ser humano é capaz de obras tão grandiosas e feitas pra TV!

.......................................................................................................................................
O Exótico Hotel Marigot

É drama, é comédia, é comedia romantica e é obrigatório!! Só artistas de primeira grandeza!!! IMPERDÍVEL! a gente assiste com um sorriso constante de gratidão por terem feito um filme tão maravilhoso. Sim, praticamente só velhos, velhos , cada um com sua tristeza, sua dureza, seu drama, e se encontram em um hotel para velhos na India. Lição de vida, certamente, nada de misticismo! claro que nos pouparam da tragédia que a índia é e do falso glamour. SOW de interpretação! e respeito ao expectador! um presente de verdade.
.....................................................................................................................................
MY OWN LOVE SONG
O que dizer sobre essa maravilha?
Que deveria haver um Oscar especial para a atuação dos dois protagonistas todo ano? que devia haver um Oscar anual para o diretor de fotografia?
Que, de brinde, a filha caçula do seriado The Nanny mais uma vez demonstra que as mulheres jovens estão sendo as grandes atrizes do nosso tempo?
Que é uma história de amor, compaixão, aceitação do outro?
A sinopse? "uma ex roqueira, agora cadeirante, tem um amigo meio pirado que fala com anjos. Juntos vão para N.Orleans com dois objetivos: assistir a uma palestra de um autor pilantra sobre anjos e aceitar o convite do filho da cantora que foi dado para adoção após o acidente que a deixou paraplégica" ok, não é convidativo.. mas oh! as músicas são de Chopin e Bob Dylan!! as imagens.. ah.. as imagens! o amor que permeia cada cena.. é um desses de ser obrigatório em currículo . É uma daquelas obras que nos fazem acreditar na possibilidade de uma humanidade fraterna e bela!
...............................................................................................................................................

Odette Toulemond
Meu caso com esse autor começou há 15 anos. Uma amiga tinha entradas pois ela havia cedido molduras para o cenário da peça. Era uma sexta feira, em plena época de obras na zona sul do Rio, coisas do Conde ou do César, já não me lembro.Era impossível andar um quarteirão de carro em menos de 15 minutos. O teatro era em Ipanema e lá fomos nós assistir a peça Freud e o Visitante.
Estatelei! 
Eu tinha de ler aquilo! Era uma maravilha! Minha amiga conseguiu o contato com a produtora, e lá fui eu até a Barra pegar a cópia do texto de Eric-Emmanuel Schimmit. 
Na epoca eu frequentava o BBS e só falava nisso, quer dizer escrevia. Freud recebia uma visita que parecia ser o próprio Deus.. 
Tempos passaram e ouvi o saudosérrimo Paulo Autran falando que estava encenando uma peça do mesmo autor. Fiquei ouriçadíssima, mas já morava em Cabo Frio. Então comprei na Amazon um livro com 4 peças de Eric Emmanuel , descobri que o cara era francês. Das quatro, uma era Freud e outra a encenada por Paulo Autran, ge-ni-al! 
Bem, aí vejo o filme encenado por Omar Shariff, Ibrahim. Adorei. Então, graças a internet, consegui assistir a Odette Toulemon. Que delícia de filme! Um filme feminino e a minha cara. Odette, como eu, desarvora a ler e escreve ao seu ator predileto. Sou assim. Entro em contato com os artistas. Tenho a impressão de que cada livro é uma carta e é até falta de educação não responder. Adoro receber cartas de leitores, então, faço o mesmo, seja livro ou filme ou música. Tem dado certo. 
Odette, como eu, enfeita a vida com cacarecos, papéis de carta estampados, bonecas com trajes típicos e outros brilhos mais. Também tenta ter o tal joi de vivre ou aquela outra palavra que esqueci. .. como é? Aprendi esse ano e já esqueci. s......... , bem, aí dança no meio da cozinha, bem papagaiada. Sou assim. Então gostei do espelho. 
A partir daí comprei todos os livros do autor . Adoro quase todos
Então, se não conhecem, vale a pena!

A ElEGÂNCIA DO OURIÇO
Este é meu último livro favorito. E vou contar o final no final, pois é exatamente o final que justifica o fato de eu nao ter dado 5 estrelas. Lembrou o personagem da Escolinha do Professor Raimundo que na hora de tirar um dez..
Também não gosto desse nome "Spoiler" que se usa pra avisar que se conta o fim de um filme ou livro, ou o mistério. Mas respeito o direito de escolha de quem porventura ler isso aqui. 

Eu já tinha lido o primeiro livro da autora, engenhoso, legal.. Mas não calou fundo na alma. No entanto este.. Comecei a ler e tive aquele dejavu.. pode ser em francês pois o livro se passa em Paris. Eu vi o filme do livro! e também o filme não me deu aquele jenesequá. (estou cheia de francesismos! galicismos, tá bom.) 

Imaginem o cenario: um prédio de gente rica em Paris. Tudo "bianê"(:-) ) O livro é escrito por duas personagens: a porteira intelectual de esquerda e a menina de 12 anos geninho que estuda japonês. A Porteira só tem uma amiga, a portuguesa faxineira Manuela. A menina, nenhum, e vê que a vida não tem sentido então programa se matar e incendiar o prédio.
As reflexões de ambas são permeadas de referências filosóficas, vale muuuito a pena ler! como o crítico de gastronomia ( do primeiro livro da autora) morre, um japonês riquíssimo compra o apartamento ficando amigo das duas.
( o tal do spoiler)
E aí, idiotamente a porteira morre no final.
Não faz sentido! fiquei com raiva. Lembrou-me os desenhos animados que meu filho fazia quando criança que explodia tudo no fim. Matar a personagem, ao meu ver, me parece fraqueza do texto, como filme nacional, quando dá a impressão que a verba acaba junto com o filme. Ora, não se sabe resolver, então mata-se a protagonista. FIM.

Iniciar um livro pode ser complicado, mas terminá-lo é mais ainda. Um bom livro deve ter uma conclusão, mas.. raro é autor que sabe fazê-lo. Eu mesma verifico que uso algumas artimanhas.. infelizmente. Gostaria de fazer melhor, mas matar a protagonista, nunca! O livro não precisa ser como a vida. Um livro é exatamente o oposto de uma existência, é a parte que vale a pena dela.
Mesmo assim, esse passou a ser um de meus favoritos.